Midland e Norte
A região de Midland – o centro inglês – tem um pouco de tudo. E revela-se inesperadamente intrigante dependo da cidade que se escolhe explorar. A única certeza por aqui é mergulhar em algumas das áreas de maior significado para o povo britânico, a exemplo de Birmingham, que consolidou o seu espaço no turismo nacional em virtude de seus canais que possibilitam desbravar todo seu contorno em um barco. Com o ar frio tomando o rosto, fica a certeza de estar em um território inglês vivendo uma experiência local. Outra qualidade que torna Birmingham especial é o fato de ser endereço para o Jewellery Quarter, uma espécie de oásis do mundo joalheiro, uma vez que neste quarteirão estão as mais importantes joalherias de toda a Europa. Para os casais enamorados é a oportunidade de obter uma joia sob medida, com assinatura requintada. Com certo clima de romance pairando no ar, a mais ou menos uma hora daqui, em direção ao sul, está outra preciosidade inglesa: Stratford-upon-Avon.
O nome é meio complicado, mas o vilarejo em si, é fácil de amar. Os traços medievais espalhados em cada edifício ou casas destes arredores denunciam sua idade, contudo, seguir a caminhada por suas ruelas é se permitir partilhar dos cenários vislumbrados por William Shakespeare. O dramaturgo nasceu aqui, viveu aqui com a esposa Anne Hathaway e deixou para nós uma série de maneiras de chegar um pouco mais perto dele, seja no teatro Royal Shakespeare Company, no bar The Royal Shakespeare Society ou em seu túmulo. A vibração histórica abre espaço para a quase mítica Nottingham, que confunde toda sua existência com a figura de Robin Hood. As cores e a arquitetura daqui traduzem uma cidade pitoresca, com aromas de interior, e como todos os turistas que chegam aqui, além das histórias do herói fora da lei, não deixe para depois a oportunidade de conhecer a Cidade das Cavernas ou tomar uma cerveja no emblemático Ye Olde Trip to Jerusalem, pub erguido na encosta do Castelo de Nottingham, e considerado um dos mais antigos do mundo.
As demais cidades mais famosas de Midland são Oxford e Cambridge, ambas sucesso de audiência entre estudantes em função de suas conceituadas universidades, – palco para os estudos de físicos, ministros e poetas -, contudo, individualmente, elas têm outros pontos de interesse, como por exemplo, a Biblioteca Bodleian, em Oxford, que serviu de cenário para as filmagens de Harry Potter. Ou o Palácio de Blenheim, que em todo esplendor e suntuosidade, exibe jardins dignos reis, mesmo que tenha sido o lugar de nascimento de um Primeiro Ministro: Winston Churchill. Já em Cambridge, além do Jardim Botânico da Universidade, o passeio a bordo de uma gôndola é particularmente agradável.
Em direção ao norte, a Inglaterra reserva o que ela é em essência: um destino que de maneira envolvente sabe mesclar urbanidade com seu tempos medievais. Uma boa forma de compreender essa adorável complexidade é observando as Muralhas de Adriano, um Patrimônio tombado pela Unesco, que se estende por 118 quilômetros até a fronteira com a Escócia. A cada metro superado, além da mata verde, você evidencia paisagens particularmente inesquecíveis, como as vilas que convidam para uma vida a passos tímidos. O complemento para uma tarde bucólica é partir para Carlisle onde estão Museu e Galeria Tullie House.
Ainda que em Liverpool hajam ecos fortes que rememorem a história dos Beatles, buscar roteiros menos tradicionais é a certeza do encontro com um norte inglês muito mais plural, principalmente na região que concentra estaleiros do século 19. Em Albert Dock, o burburinho fica por conta das docas transformadas em elegantes restaurantes, ou bares moderninhos. Cenário para cenas de Sherlock Holmes, esta área tem atrações para um dia inteiro, principalmente, se o sol der as caras, o que tornará a ida à Tate Liverpool ou um passeio de roda gigante, muito mais agradável. Se a vibração beatlemaníaca for irresistível, nestes mesmos arredores está o Museu The Beatles Story, com fotos, objetos e itens que remontam a trajetória da banda.
Na vizinha Manchester tudo o que você pode esperar é uma atmosfera gostosa, seja para belos gritos durante alguma partida do Manchester United, seja pela vibração do Gay Village – uma imensa área ao longo da Canal Streetonde a diversidade é a marca registrada. Pano de fundo para a série Queer As Folk, o bairro é repleto de restaurantes, lojas, pubs e excelentes baladas para o fim de noite. Uma vez nos limites de Manchester, você ouvirá falar bastante sobre The Lowry, edifício que concentra a maior coleção do pintor L.S. Lowry. Então, por que perder a chance?