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O país da felicidade

O país da felicidade

Quem viaja ao Butão chega interessado por entender essa tal felicidade, desfrutar do espetáculo da natureza e também para encontrar paz nas práticas budistas

O país da felicidade

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Uma nação que vive em paz consigo e com o mundo. Um país que tem taxas zero de fome, zero analfabetismo, e que há muito tempo coleciona índices baixíssimos de violência. Não há pessoas morando na rua, quanto mais corrupção nas esferas governamentais. Em seu entorno estão algumas das mais bonitas e imponentes montanhas de que se tem notícia – o Himalaia. O que parece a descrição de um paraíso imaginado, é, na verdade, as bases do cotidiano butanês. Aberto ao turismo na década de 70, o Butão é um novato no setor, contudo, ganhou fama mundial ao popularizar uma de suas bases filosóficas e constitucionais: a Felicidade Interna Bruta. Criada pelo Rei Jigme Singye Wangchuk, que via o ocidente se apegando às questões materiais que colocam o dinheiro acima da evolução pessoal, o monarca decidiu desenvolver um sistema que medisse a qualidade de vida de seu povo. Hoje, o país é listado como um dos mais felizes do mundo, e isso se deve às pesquisas que são feitas em relação à saúde, uso do tempo, boa governança, vitalidade da comunidade, bem estar psicológico, educação, diversidade cultural, diversidade ecológica e resiliência e padrões de vida.

Atualmente, quem viaja ao Butão chega interessado por entender essa tal felicidade, desfrutar do espetáculo da natureza e também para encontrar paz nas práticas budistas. A cada segundo – desde a chegada no aeroporto de Paro – até a capital Thimphu, o caminho vai revelando uma nação de particularidades, – carinhosa e hospitaleira -, e um território sem exageros urbanos modernos – fast foods famosos, outdoors e luminosos -, já que todo espaço natural é respeitado. Sim, mais de 70% do minúsculo Butão é dedicado às florestas. Porém, em meio às paisagens que a todo momento tiram o fôlego, há espaço para o cartão-postal butanês que roda o mundo: o templo Taktshang Goemba, o Ninho do Tigre. Encobrindo a lateral de um penhasco, próximo a Paro, o lugar tem arquitetura fabulosa do século 17, traçada em linhas típicas, e com tons fortes do vermelho e do dourado. Espécie de refúgio solitário para a meditação de grandes mestres, entre eles, Padmasambhava, o templo é acessível somente de mula ou a pé.

O budismo é a religião predominante no Butão, o que influenciou a construção dos principais templos do país, caso dos dois mais antigos do entorno, o Kyichu Lhakhang, erguido em Paro, em 659, e do Jambay Lhakhang, localizado em Bhumtang. Ambos foram desenvolvidos a pedido do rei Songtsen Gampo, e se destacam pela leveza arquitetônica, com sobriedade de cores e harmonia com as montanhas que os cercam. Também estruturado em Paro, o Rinpung Dzong é um deleite para os olhos, já que a antiga fortificação é ladeada por montanhas nevadas, e em seu interior estão instalados 14 santuários e capelas. O lugar teria servido de cenário para o filme O Pequeno Buda. Já no distrito de Punakha, reside a fortaleza monástica Punakha Dzong, que também constrói uma paisagem singular no encontro dos rios Pho Chhu e Mo Chhu, no vale Punakha-Wangdue.

Diferente de todos os países espalhados por aí, o Butão tem regras distintas também, por exemplo, o turista só entra no país se pagar uma taxa diária entre US$ 200,00 e US$ 250,00 que cobrem seus gastos com traslados, alimentação e hospedagem em lugares de boa qualidade. Os costumes obviamente também são diversos, e por aqui, homens circulam de Ghô, enquanto as mulheres usam as detalhadas Kiras. Tamanha preciosidade do artigo feminino, uma Kira pode consumir até um ano inteiro para ser confeccionada, e na caminhada pelas lojas de artesanato, se prepare para desembolsar uma boa quantia, pois elas não são baratas, e nenhuma é igual a outra. No leque de distinções inclua o fato do dragão branco ser o símbolo da bandeira butanesa, e o arco e flecha, o grande esporte nacional.

Na hora das comprinhas, atente para os mais típicos, como os artigos de cobre, as roupas feitas em tear ou bordadas à mão, e obviamente, os souvenires que remetem a Buda e a dragões. À mesa esteja preparado para outras descobertas butanesas, desde de usar apenas a mão direita para se alimentar, até comer arroz branco ou vermelho no café da manhã. Mas desta cozinha ainda saem os pães chapatis, o tradicional Ema datshi – composto basicamente por um ensopado de pimentas -, os simpáticos mômos, semelhantes ao gyoza, e a cerveja butanesaRed Panda.

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